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terça-feira, 16 de junho de 2009

Arê baba! Tava demorando...

Are baba!!! Quem nunca ouviu a expressão, mesmo sem assistir a novela “Caminho das Índias” é, no mínimo, um firanghi (estrangeiro), como diriam os personagens de Glória Perez.

Apresentado ao público brasileiro através da novela, o vocabulário do núcleo indiano ganhou as ruas e já está na boca do povo.

“'Are baba' meu pai usa muito em casa e também falamos 'tike'. É uma língua diferente, mas dá para ver o que significa cada coisa”, diz a design de interiores Luciana Gomes, de 22 anos.

“A gente usa muito de brincadeira. O significado certo a gente não sabe, mas 'are baba' parece uma expressão de espanto”, conta a professora Márcia Lírio, 49, que incluiu ao seu glossário também auspicioso e dadi.

Até quem não entende, repete

Até quem não entende, repete. “Eu não entendo nada, mas tá autêntico. Agora a gente começa a sentir o povão compartilhando as expressões”, diverte-se o economista Aryê Carneiro, de 75 anos. “Me divirto. Com o tempo a gente se acostuma a ouvir aquilo e dá pra entender”, pondera o militar reformado Jair Drummond, 81.

“A identificação não é pelo significado literal, mas pela entonação que os atores dão, que se assemelham a certas expressões que a gente tem. O ‘are baba’ é o ‘ai, meu deus’. É essa brasilidade que eles colocam nas expressões fazem com que esses termos se aproximem da gente”, completa a educadora Tatiana Henrique, de 30 anos.

Processo de criação

Com experiência semelhante em “O Clone” e “Explode Coração”, Glória Perez conta como faz para que a inserção das palavras estrangeiras virem bordões populares. “Quando faço a pesquisa, vou recolhendo essas expressões no decorrer da convivência com as pessoas da cultura a ser retratada.Você lança um punhado dessas expressões nos diálogos, e o público seleciona naturalmente”, explica a autora.

Na hora de escrever, as expressões em hindi usadas na novela surgem junto com o texto em português. “Impossível pensar as personagens sem elas! São esses vocábulos que temperam as personagens, dando a elas o colorido e o sabor da cultura indiana”, defende ela, que, além de are baba e tike, tem em vocabulário pessoal, atchá.

Glossário

Em seu blog, Glória traduz as principais palavras que viraram sucesso nos textos de seus personagens. Confira abaixo o vocabulário de “Caminho das Índias", segundo a autora:

ARE BABA - é uma exclamação, equivale a "poxa!", "ô Deus", "não brinca", "ah, não"
BAGUAN KELIE - por Deus! ô meu Deus!
AREBAGUANDI - também no sentido de "ai meu Deus"! (quando se põe esse final "di", acrescenta-se um respeito maior à pessoa a quem você se dirige.

BALDI ou PAPA - pai
MAMI ou MAMADI - mãe
DJAN - querido, amado
TCHALÔ - vamos!
ULU - pessoa estúpida, burra
ULUCAPATÁ - o maior de todos os burros! "grande senhor dos burros", como traduzem os indianos
ATCHÁ - expressao de satisfação
ATCHATCHATCHA- expressão que traduz muita satisfação
FIRANGHI - estrangeira

Na novela, os tratamentos familiares, conta Glória, foram simplificados para facilitar o entendimento. Segundo ela, na Índia, a maneira de chamar um parente especifica exatamente o grau de parentesco que se tem com ele. Por exemplo:

BHAYA - irmão mais velho
DIDI - irmã
BAREPAPA - tio por parte de pai (o mais velho)

CACA OU TCHATCHA - tio por parte de pai (o mais novo)
MAMA - tio por parte de mãe
MASSI - tia por parte de mãe

DADA - avô por parte de pai
DADI - avó por parte de pai

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